"E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em
justiça e retidão procedentes da verdade" (Efésios 4:24).

Têm todos, até mesmo o cristão maduro, dúvidas? É claro que
sim, se pensarmos na dúvida como a condição mental que leva
a novas descobertas. Então, quem é que não possui algumas
dúvidas? A palavra-chave que descreve a resposta dos
discípulos e das multidões a Jesus é "espanto", que
significa "ser tirado para fora de si mesmo". O crente
maduro espanta-se constantemente com a grandeza do Senhor e
com a falta de profundidade de seu próprio conhecimento e
experiência.

Nossa atitude mental é de suma importância a esta altura. Se
ousarmos crer que o Cristo que em nós habita nos está
levando para novas descobertas, então poderemos fazer as
pazes com a dúvida. Poderemos dizer "Estou verdadeiramente
vivo e em movimento!" O teste do cristão maduro é se ele
pode olhar para o passado e ver a eficácia com que Cristo o
levou da incerteza para a segurança e convicção crescentes.

Goethe disse: "Dê-me o benefício de suas convicções, se as
tiver, mas guarde para si mesmo as suas dúvidas, pois as
tenho de sobra." Ele tinha razão. O mundo ao nosso redor não
precisa que preguemos nossas dúvidas. Todos têm dúvidas de
sobra. Uma admissão honesta de nosso crescimento intelectual
às portas de novas descobertas é uma coisa, mas arrastar as
pessoas para o nosso nível de incerteza é coisa
completamente diferente. Deus diz algo muito diverso do que
disse Goethe: "Dê-me suas dúvidas. Seja honesto e admita que
as tem, e eu o ajudarei a despegar-se da falsa segurança que
elas provêem." O cristão sempre se maravilhará. Maravilha é
o espanto em face do mistério que não conseguimos explicar
por completo.

"Confiar na conjetura invencível da alma era toda a sua
ciência e sua única arte" (George Santayana).