"Quando, pois, se manifestou a benignidade de Deus, nosso
Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de
justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia,
ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do
Espírito Santo (Tito 3:4,5).

Que são tesouros no céu? Esta expressão comunicava muito
mais aos ouvintes da época de Jesus do que a nós hoje.
Tesouros no céu, para um bom judeu, era o acúmulo de boas
obras registradas para ele nos céus. Essa idéia ainda não
morreu totalmente entre nós. Muitas vezes pensa-se em Deus
como alguém que registra nossas boas obras, comparando-as
com nossos fracassos. Mas sabemos que, segundo a mensagem de
perdão de Jesus, tal coisa não é verdade. Nossas boas obras
fluem da experiência que tivemos do amor de Deus e não
servem para assegurar-nos a vida eterna. Contudo, é
interessante notar que, com freqüência, em funerais , caímos
na armadilha de afirmar à família enlutada que seu ente
querido, em virtude da vida piedosa que levou, está com
Deus.

William Barclay conta a história da perseguição da igreja
primitiva. O prefeito romano exigiu que Laurentius, um
diácono, lhe mostrasse seus tesouros imediatamente.
Laurentius, apontando para as viúvas e para os órfãos que
estavam sendo alimentados, para os doentes que estavam sendo
cuidados, para os pobres que estavam sendo atendidos, disse:
"Estes são os tesouros da igreja." Não para a vida eterna,
mas em virtude dela!

Outro aspecto da fé judaica dizia que o caráter era tesouro
no céu. Essa idéia está mais próxima do ensino de Jesus, mas
Ele foi além. Ele se interessava pelo caráter nas
profundezas da alma. Ele acreditava que se a pessoa vivesse
em comunhão com Deus, recebia a própria natureza divina. O
relacionamento de amor e perdão alimenta o ser total. Tudo
aquilo que encoraja, aprofunda e desenvolve esse
relacionamento é tesouro no céu, pois esse relacionamento é
a única coisa que não será destruída.

O tesouro mais precioso que possuímos é a nossa alma.